A Platinosomose, também conhecida como “doença da lagartixa”, pode comprometer cruelmente a saúde do seu gatinho. Se você quiser conhecer um pouco sobre essa misteriosa doença misteriosa, e aprender sobre os cuidados e prevenção, acompanhe, com carinho, essa matéria até ao final.
A Platinosomose é uma parasitose angariada pelos gatinhos, como resultado de seu comportamento instintivo caçador de pequenos animais e insetos. Aliás, o episódio dessa afecção é reconhecido em vários países e o seu agente causador possui um ciclo biológico complexo, podendo infectar os bichanos e também outras espécies.
Segundo especialistas, muitos animais são portadores
assintomáticos, mas o progresso da infestação com o aumento do número de
vermes, pode levá-lo a casos gravíssimos, comprometendo severamente o tecido
hepático, os ductos biliares e a vesícula biliar.
Mas fique tranquilo(a) que foi pensando na saúde do seu
gatinho, que o Blog dos Dogs preparou essa matéria, para te deixar bem
informado quanto ao diagnóstico e como se comportar diante do tratamento e
prevenção.
É considerável conhecer também o agente causador da
Platinosomose Felina. Isso mesmo.
Segundo os profissionais da saúde, a Platinosomose é uma enfermidade causada pelo parasita Platynosomum spp, pertencente à família Dicroeliidae do filo Platyhelminthes, que acomete o sistema hepático de gatos domésticos.
Esse trematódeo (verme) possui corpo achatado, em formato de folha. Referente ao seu tamanho, o Platynosomum adulto pode variar de 4 a 8mm no comprimento e de 1,2 a 2,5mm na largura. Já seus ovos operculados, contendo miracídios, apresentam coloração marrom e medem de 34 a 50μm de comprimento por 20 a 35μm de largura.
Normalmente nos felinos, o parasita geralmente se localiza
no fígado, ductos biliares e vesícula biliar, ocasionando no aparecimento de
uma afecção.
Entretanto, pode acometer também o pâncreas, o intestino
delgado e os pulmões.
Ainda segundo pesquisadores, existem relatos de ocorrência
da Platinosomose em diversos países, principalmente os localizados em regiões
de clima tropical e subtropical. No Brasil, foi retratada uma prevalência de
até 5,6% na cidade de São Paulo, e de até 45% no estado do Rio de Janeiro
(XAVIER et al., 2007) e de 42,6% na região Nordeste (BRAGA et al, 2016).
O estilo de vida do animal, confinado ou semiconfinado, e o
instinto caçador também influenciam na prevalência da enfermidade. Aliás, em
áreas endêmicas, de 15 a 85% dos gatos com acesso ao ambiente externo são
acometidos (SOLDAN e MARQUES, 2011).
Como é o processo da infecção?
Um felino com Platinosomose elimina ovos do parasita em suas
fezes, de forma aleatória, contaminando o ambiente. Esses ovos, contendo
miracídios (formas ciliadas), são ingeridos pelo caramujo aquático (Sublima
octona), primeiro hospedeiro intermediário.
Em seguida, os miracídios são então liberados e, após alguns
dias, transformam-se em cercárias (forma aciliar) contendo esporocistos.
Artrópode como o tatu de jardim e o besouro (segundo hospedeiro intermediário)
irá se contaminar com essas cercárias, que sofrerão maturação, produzindo as
metacercárias.
Futuramente, o isópode é ingerido por um terceiro hospedeiro intermediário que pode ser um réptil ou anfíbio (lagartixas ou sapos, por exemplo). Uma observação: É no ducto biliar ou na vesícula biliar desse hospedeiro que os pequenos invólucros, normalmente arredondados ou esféricos, que aliás chamamos de metacercárias, se encistam, permitindo que o seu ciclo de vida possa prosseguir.
Conclusão: os gatos, instintivamente caçadores,
contaminam-se em especial, através da ingestão de lagartixas portadoras
do Platynosomum. Dessa forma, a Platinosomose também é conhecida
vulgarmente, como “doença da lagartixa”.
Em seguida, ocorre outro processo no organismo desses animais, em que as metacercárias migram para a vesícula e ductos biliares, onde irão se desenvolver em trematódeo adulto após 8 a 12 semanas. E por conseguinte, inicia-se a eliminação de ovos, que chegam ao intestino através da bile, reiniciando o ciclo.
Uma das perguntas que mais recebemos aqui no Blog dos Dogs
é, se a doença é transmitida apenas por lagartixas infectadas?
Vale muito enfatizar aqui, que não somente as lagartixas,
mas também outros répteis e anfíbios infectados com o parasita, como lagartos,
rãs, sapos, podem contaminar os gatos. Isso mesmo.
Uma outra pergunta é se a doença da platinosomose acomete
apenas os gatos?
Portanto, vale reforçar a importância do Médico-Veterinário
no esclarecimento de medidas preventivas para os tutores de animais de
estimação convencionais e exóticos.
Como diagnosticar a platinosomose nos gatos? Essa é mais uma
das dúvidas dos seguidores e leitores do Blog dos Dogs.
A conduta para o diagnóstico deve ser baseada no levantamento do histórico dos hábitos do paciente (se caça insetos ou não, por exemplo) e em suas manifestações clínicas, que podem incluir:
icterícia
anorexia
letargia
emagrecimento
vômito
diarreia
distensão abdominal
hepatomegalia
Complementarmente, exames sanguíneos complementares podem
apresentar aumento no número de eosinófilos, altos níveis das enzimas hepáticas
ALT (alanina aminotransferase) e AST (aspartato aminotransferase).
O exame coproparasitológico com a detecção de ovos
de Platynosomum certifica o diagnóstico definitivo. Porém, os ovos
nem sempre são encontrados no exame de fezes devido a sua eliminação
esporádica, e não estão presentes em casos de obstrução biliar total.
Vale ressaltar também, que uma das grandes aliadas para detectar a gravidade das alterações hepáticas e biliares ocasionadas pela Platinosomose (colangite, colangiohepatite), é o exame de ultrassonografia abdominal. Isso mesmo.
Em alguns casos também, é possível visualizar a presença de
estruturas filiformes hiperecogênicas no interior da vesícula biliar
distendida, sugerindo que sejam trematódeos de Platynosomum. Além do mais,
o ultrassom indicará a necessidade de uma intervenção cirúrgica quando houver
obstrução dos ductos biliares.
É muito comum recebermos essa pergunta, se é possível tratar os animais com platinosomose?
Queremos deixar bem claro, que a eficiência do tratamento
depende do quadro clínico geral do felino, do acometimento hepático e da
quantidade de trematódeos que estão parasitando o organismo. Por essa razão, um
diagnóstico precoce pode beneficiar o prognóstico do paciente.
Ainda que tenha muitas controvérsias sobre a eficácia do
fármaco, o Praziquantel continua sendo o medicamento mais indicado, sendo
utilizado em alta dosagem (20mg/kg por via oral) por 3 dias consecutivos.
Aconselha-se, também, que este protocolo seja repetido após 12 semanas da
última administração.
Segundo especialistas, além da terapia para
o Platinosomum, pode ser necessária uma antibioticoterapia (Amoxicilina
com Ácido Clavulônico, Metronidazol) para evitar ou combater infecções
secundárias no fígado.
Talvez possa ser preciso corrigir a desidratação e
desequilíbrio eletrolítico em quadros mais graves.
Vale também reforçar, que o monitoramento ultrassonográfico
do paciente com Platinosomose é importante para detectar casos de obstruções
biliares completas, indicativo de possíveis intervenções cirúrgicas.
Vale lembrar que em conjunto com todos os procedimentos
citados nesta matéria, devemos garantir a manutenção da alimentação, oferecendo
nutrientes de alta digestibilidade e fácil digestão para que esse organismo
possa se restabelecer, evitando, também, o desenvolvimento de lipidose
hepática.
Porém, caso venha ocorrer lipidose hepática e o paciente
manifeste anorexia, pode ser recomendado o uso da linha Recovery, que fornece
alta densidade energética em pequena quantidade de alimento e pode ser
administrada através de seringa ou sonda.
Por outro lado, quando ocorre a evolução da doença para uma
insuficiência hepática, podemos recomendar a alimentação Hepatic Feline, que
oferece alto teor energético, baixo teor de cobre e teor adaptado de proteínas
de alta qualidade, o que ajuda a minimizar os sinais clínicos associados a essa
afecção.
Formas de prevenção e cuidados
Já quando o gatinho não vive confinado em um ambiente
domiciliar, a possibilidade de aumentar é muito grande.
A dificuldade aumenta quando o felino não vive contido no
ambiente domiciliar, tendo acesso ao ambiente externo, o que o torna mais
suscetível à infecção. Em casos como esse, é recomendada a vermifugação
preventiva com Praziquantel a cada três meses.
Referente a prevenção, é importante que o Médico-Veterinário
conscientize os tutores sobre a importância de evitar o contato de seus animais
com os transmissores da doença e de comunicar episódios de caça. Sendo assim,
pode-se fazer uma abordagem clínica e terapêutica precoce, evitando o
desenvolvimento de uma afecção grave.
Lembrando, que aqui no Blog dos Dogs, você encontra dicas
incríveis sobre saúde e cuidados que podem ajudar a melhorar o bem-estar de seu
bichinho de estimação, seja qual for a espécie do pet. Afinal de contas, o
intuito do Blog dos Dogs, é fazer parte da saúde e cuidar dos seus pets!
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