A esporotricose é uma infecção fúngica que afeta tanto os gatos quanto os humanos, caracterizando-se como uma zoonose – ou seja, uma doença transmitida entre animais e pessoas. Nos últimos anos, os casos da doença cresceram significativamente no Brasil, gerando preocupações em tutores e profissionais da saúde.
De acordo com o Ministério da Saúde, a transmissão para humanos pode ocorrer por meio de acidentes com espinhos, palhas ou lascas de madeira contaminadas; contato com vegetais em decomposição; ou, mais frequentemente, por mordidas e arranhões de animais infectados, especialmente gatos.
Os gatos, por sua vez, são considerados os principais vetores da esporotricose, embora nem todos os felinos estejam suscetíveis à doença. O agente causador, fungos do gênero Sporothrix, é encontrado no solo e em materiais orgânicos, como vegetação e madeira. Nos felinos, os sintomas mais comuns incluem feridas espalhadas pelo corpo, que podem ser dolorosas e de difícil cicatrização.
Para ajudar a esclarecer dúvidas e combater desinformações sobre o tema,reunimos 14 mitos e verdades, com explicações fornecidas por profissionais da saúde veterinária.
Confira!
1) Existe esporotricose em humanos?
Verdade! A esporotricose é uma zoonose e pode ser transmitida de gatos para humanos. A transmissão ocorre, principalmente, através de mordidas ou arranhões de gatos contaminados, mas também pode acontecer pelo manuseio de materiais infectados, como solo ou vegetais em decomposição.
Nos humanos, os sintomas incluem lesões na pele semelhantes a picadas de insetos, nódulos subcutâneos, febre, tosse e, em casos mais graves, dificuldades respiratórias. É fundamental buscar atendimento médico ao identificar os sintomas, já que não existe remédio caseiro eficaz para tratar a doença.
2) Gatos com esporotricose precisam ser isolados?
Verdade! A esporotricose em gatos é altamente contagiosa. Assim que o diagnóstico for confirmado, o animal deve ser mantido isolado em um ambiente limpo, como uma gaiola ou um cômodo exclusivo. Essa medida protege tanto outros animais quanto os tutores. O isolamento facilita o tratamento e reduz o risco de propagação da doença.
3) Gato com esporotricose precisa ser sacrificado?
Mito! Felizmente, na maioria dos casos, o tratamento é suficiente para curar o animal. O sacrifício é uma medida extrema e só é considerado em situações muito graves, quando o estado de saúde do gato não permite recuperação ou quando há risco severo de disseminação da doença.
4) A esporotricose pode ser transmitida pela serragem usada na caixa de areia?
Mito! Embora os fungos do gênero Sporothrix estejam associados a materiais orgânicos, como madeira e vegetação, a serragem industrializada e tratada, frequentemente usada como areia para gatos, não representa risco de contaminação. A transmissão ocorre principalmente pelo contato direto com gatos infectados ou materiais contaminados.
5) Esporotricose em gatos não tem cura?
Mito! A esporotricose é uma doença grave, mas possui cura, desde que tratada adequadamente. O tratamento inclui o uso de antifúngicos específicos, administrados sob orientação veterinária, e pode durar entre 1 a 3 meses. É crucial seguir todas as recomendações, incluindo o isolamento do gato e a higiene do ambiente.
6) O tratamento deve continuar mesmo após as lesões desaparecerem?
Verdade! Mesmo que as feridas tenham cicatrizado, o tratamento deve ser mantido por pelo menos mais um mês. Essa medida evita a reinfecção, garantindo que o fungo seja completamente eliminado.
7) Manter o gato em ambiente indoor reduz o risco de esporotricose?
Verdade! Gatos criados exclusivamente dentro de casa têm menos chances de contrair esporotricose, já que estão protegidos do contato com o solo, vegetação e outros animais possivelmente infectados. A criação indoor também previne outras doenças e aumenta a segurança do felino.
Veja fotos de gatos com esporotricose!
8) A esporotricose é difícil de ser detectada?
Mito! Os sintomas da esporotricose são visíveis, com destaque para as úlceras e feridas que aparecem no corpo do animal. No entanto, em alguns casos raros, os gatos podem carregar o fungo sem apresentar sintomas imediatos, o que exige atenção e acompanhamento regular.
9) O gato só transmite esporotricose ao arranhar ou morder?
Mito! Embora mordidas e arranhões sejam os meios mais comuns de transmissão, o contato com secreções e materiais contaminados pelo fungo também pode infectar humanos e outros animais. Por isso, o uso de luvas ao manipular o gato doente é indispensável.
10) Gatas grávidas podem transmitir esporotricose para os filhotes?
Mito! Não há evidências de transmissão transplacentária. Contudo, filhotes podem ser contaminados ao entrar em contato com a mãe infectada, especialmente durante a amamentação.
11) Existem remédios caseiros para tratar a esporotricose?
Mito! Não há tratamentos naturais ou caseiros eficazes contra a esporotricose. Somente antifúngicos prescritos por um veterinário são capazes de combater a infecção.
12) O gato pode voltar ao convívio normal após o tratamento?
Verdade! Após o término do tratamento e a confirmação de que o gato não transmite mais a doença, ele pode retornar ao convívio familiar.
13) É seguro dormir com um gato infectado?
Mito! Dormir com um gato infectado aumenta significativamente o risco de transmissão da doença. Durante o período de tratamento, o animal deve permanecer isolado.
14) A limpeza do ambiente é essencial?
Verdade! Higienizar regularmente o local com água sanitária e lavar objetos que tiveram contato com o gato contaminado são medidas fundamentais para evitar novas infecções.
Conclusão:
A conscientização sobre a esporotricose é essencial para proteger os gatos e seus tutores. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado fazem toda a diferença na cura da doença e na contenção da sua propagação.
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